Aeroporto executivo em Aparecida de Goiânia já é marco para aviação de negócios para o Brasil

Frente a baixa cobertura do território nacional pela aviação comercial convencional, aviação executiva celebra projeto como o Antares Polo Aeronáutico.

Frente a baixa cobertura do território nacional pela aviação comercial convencional, aviação executiva celebra projeto como o Antares Polo Aeronáutico.
Num universo de mais de 5.600 municípios brasileiros, somente 100 são atendidos por voos regulares da aviação comercial convencional, deixando aproximadamente 5.500 cidades fora dessa rota aérea. O número é apenas uma amostra do quanto esse mercado ainda pode ser desbravado no Brasil pelo setor da aviação de negócios ou aviação executiva.

A análise é do empresário, piloto e consultor Francisco Lyra que falou para empresários e autoridades políticas durante lançamento, da pedra fundamental do Antares, polo aeronáutico que está sendo construído na cidade de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia em Goiás.

Na ocasião, o nome de Francisco Lyra também foi oficializado como diretor operacional do futuro aeroporto executivo. “A necessidade de conectividade num país continental, como o nosso, força os empreendedores a buscarem alternativas de locomoção e logística. Hoje, bem mais do que os poucos 100 municípios com voos regulares oferecidos pela a aviação comercial, enquanto a aviação de negócio consegue conectar cerca de três mil municípios brasileiros”, frisou Lyra, ao destacar a importância do empreendimento para a aviação e para os negócios. Para ele, a aviação executiva favorece a gestão do tempo para empresários e tomadores de decisão, o que acaba fomentando a economia.

O evento reuniu empresários de vários setores, além de autoridades políticas como os prefeitos Gustavo Mendanha (de Aparecida de Goiânia) e Rogério Cruz (de Goiânia), e representantes do setor da aviação como o tenente-coronel aviador Eliseu Zednik Ferreira, integrante do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea); e o diretor de comunicação e marketing da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Augusto Reis.

Homenagem

Também esteve presente o ex-deputado federal e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, filho do senador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Falecido em janeiro deste em decorrência de complicações causadas pela Covid-19, Maguito foi homenageado durante a solenidade.

“O Antares é um sonho cultivado há mais de dez anos por um grupo de empreendedores que sempre acreditou em Aparecida de Goiânia e vislumbrou aqui a possibilidade de erguer um aeroporto executivo. Mas lá atrás tivemos dois grandes aliados. Um está aqui conosco, prefeito Gustavo Mendanha, que quando era vereador em Aparecida sempre nos franqueou todo seu apoio e entusiasmo ao projeto; e outros um visionário que também acreditou e mudou os rumos de Aparecida, mas este infelizmente não está mais entre nós, mas a concretização deste sonho é também um homenagem a esse grande homem público: Maguito Vilela”, destacou Marcos Alberto Luis de Campos, um dos empreendedores responsáveis pelo polo aeronáutico.

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, também prestou suas homenagens a Maguito Vilela. Ao falar do empenho do ex-prefeito para a concretização de um empreendimento que tanto promete agregar social e economicamente para a cidade, Mendanha lembrou que, já em 2014, o falecido mandatário foi quem assinou o decreto municipal que transformou em Área de Utilidade Pública todo o terreno destinado à implantação do sítio aeroportuário. “O Plano Diretor já previa o sítio aeroportuário como área de interesse econômico. E Maguito, um homem público de grande visão, que sempre foi, sabia do enorme potencial desse projeto, que hoje vira realidade”, pontuou.

Os empreendedores destacaram que Aparecida de Goiânia converge todas as potencialidades que um projeto como o Antares requer, pois é uma cidade altamente industrializada e que está no coração do país, a 210 quilômetros do DF [Distrito Federal]. É também um polo que está sendo construído próximo a dois aeroportos internacionais, o de Brasília e o de Goiânia. O Antares também contará com acesso fácil aos modais de transporte rodoviários e ferroviários. “Encontramos em Aparecida, no coração de um importante entroncamento logístico e viário do País, um potencial natural para esse empreendimento”, destacou Marcos Alberto Luis de Campos.

Único e desafiador

Um gesto para a posteridade. Autoridades e empreendedores assinaram pergaminho com histórico do empreendimento. Documento foi depositado numa cápsula do tempo que deverá ser reaberta daqui a 50 anos. (Cristiano Borges)

Também prestigiando o evento do Antares Polo Aeronáutico, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, destacou a importância da parceria entre o poder público e a iniciativa privada. Ele também classificou o empreendimento como um marco, não só para a cidade de Aparecida de Goiânia, mas para toda a Grande Goiânia. “Esse projeto é uma grande força para nossa Região Metropolitana, um importante indutor de investimentos. Quem vier investir em Goiânia, pode vir sim através de Aparecida”, destacou Rogério Cruz.

Durante a apresentação do Antares, o empresário Romeu Neiva Júnior e um dos empreendedores do polo aeronáutico, lembrou alguns números do projeto. “Trata-se de um projeto único e desafiador. Serão mais de dois milhões m² de área total. Só nossa pista terá 1.800 metros de extensão e 30 de largura. Serão 450 hangares para abrigar os mais variados tipos de empresas. Teremos terminal de embarque e desembarque com dois pavimentos; praça de alimentação, sala de operações, sala de reunião. E tudo comprindo todas as regras urbanísticas e ambientais previstas em lei”, relata o empreendedor.

Rodrigo Neiva, também um dos empreendedores idealizadores do polo aeronáutico, ressaltou a coragem do grupo de empresários em apostar no Brasil, mesmo em um momento de pandemia. “Fala-se muito em inovação, em visão de negócio, mas inovação sem ação é só projeto. E o Antares hoje não é mais um projeto, é um sonho realizado”, afirmou. O empreendedor destacou que no Antares nasce com total segurança jurídica, uma vez que foram dez anos de estudos e aprovação.

Ao final do evento, sob o comando do empresário Paulo Roberto Silva da Costa, que também figura entre os idealizadores do Antares, além de descer a placa da pedra fundamental do empreendimento, ele enterrou uma cápsula do tempo com um pergaminho trazendo detalhes importantes do empreendimento. “É um ato simbólico, mas que diz muito sobre a luta para concretizarmos esse grandioso sonho”, destacou.

O empreendimento

Quando estiver em operação, o Antares irá gerar mais de 2.200 empregos diretos, chegando o número de mais de 3.000 postos de trabalhos, levando em conta o período de construção.

As obras já foram iniciadas. Ao todo, a construção do empreendimento será dividida em cinco fases, sendo a primeira com previsão de entrega para 2024. A primeira fase está prevista para ser concluída em 2024, com 72 lotes entregues, pista de pouso funcionando, além de área de embarque e desembarque e toda a infraestrutura necessária para os hangares, como energia elétrica, sistema de abastecimento de água, pavimentação asfáltica e toda a área fechada com portaria monitorada.

Primeira fase do polo aeronáutico está prevista para ser concluída em 2024, com 72 lotes entregues, pista de pouso funcionando, além de área de embarque e desembarque já operando (Divulgação)
A pista de pouso e toda a pavimentação do empreendimento será feita com Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), que é o material mais utilizado hoje em dia em pistas de aeroportos pelo Brasil. Cerca de 4.500 toneladas, quase a metade, serão usadas apenas para a construção da pista.

O Antares possui 2,096 milhões m² de área total, dos quais 611 mil m² de área vendável, distribuídas em 455 hangares. Também contará com uma ampla estrutura de apoio como lojas, restaurantes e um hotel executivo e uma pista de pouso de 1.800 metros de comprimento por 30 de largura, pista esta que será capaz de receber todos os modelos de aviação geral, jatos executivos, monomotores, bimotores, até o Gulfstream 650.

O empreendimento é encabeçado por cinco empresas goianas, são elas: Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações.

Fonte: infformadf

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